Mortal Kombat vs DC Universe

Postado por Jefferson Bruno On 17:30

Sendo um jogo muitíssimo comentado antes de seu lançamento, Mortal Kombat vs DC Universe (Xbox 360 e Playstation 3) sofreu com o grande e temível monstro da expectativa. As opiniões foram tão diversas e opostas quanto os dois universos que vieram se chocar no crossover.

Embora não seja algo muito relevante para um jogo de luta, MK vs DC vem com uma história. Além do modo clássico MK de lutas aleatórias, o modo single player oferece duas campanhas, uma para os personagens de MK outra para DC. Uma grande fusão dos dois mundos atinge heróis e vilões com uma fúria incontrolável que, convenientemente, é a razão da maioria dos combates.

O contexto é bem simples, no entanto oferece momentos divertidos com boas referências para quem é fã de quadrinhos. O vilão, como não poderia deixar de ser, é um amálgama entre Darkseid e Shao Khan (Dark Khan, é claro).

Ao todo são 22 personagens, mas depois de muita jogatina, a impressão é que são poucos. Bate logo aquela esperança de destrancar o Caçador de Marte, Aquaman, Johnny Cage ou Goro. Não adianta, os únicos presentes “escondidos” são os dois grandes vilões de cada universo ao completar as campanhas. E só.

Como já era de se esperar, a brutalidade sangrenta da série Mortal Kombat foi atenuada em troca das licenças dos ícones da DC Comics e da classificação Teen (para adolescentes).

Os Fatalities estão lá, mas não são nem de perto tão recompensadores nem violentos quanto os clássicos. Os heróis, por exemplo, não podem matar. Que exemplo seria esse para as nossas criancinhas? Então a solução foi substituir o golpe final por um Heroic Brutality.

Um dos mais discutidos foi o do Coringa, que atira no inimigo com uma pistola de brinquedo. A vítima se assusta, mas logo depois o palhaço puxa uma arma de verdade e o mata (mesma coisa para o Exterminador). Veja abaixo:

Na versão final, a câmera se aproxima do Coringa (ou Exterminador), mostra o tiro, mas não a vítima.

No entanto, isso não torna o jogo intragável. Desde Marvel vs Capcom não havia um encontro tão bom entre super-heróis e personagens de uma franquia de luta nos games. O jogo tem um ritmo rápido, sonorização excelente (melhor ainda com Home Theater bem alto) e o efeito que faz a tela tremer após um golpe forte faz você sentir a dor e o impacto da porrada.

Apesar de não ser nenhuma novidade, os minigames durante a luta trazem mais dinamismo para o combate.

No Klose Kombat você pode puxar o adversário para perto e iniciar uma seqüência de golpes mais agressivos simplesmente escolhendo um dos 4 botões.

O outro, por sua vez, faz as mesmas escolhas. Se os botões pressionados forem os mesmos, a defesa faz um contra-golpe e se livra do combo. A mesma coisa acontece no megaboga combate em queda (Free Fall).

Já no Test Your Might, um agarra o outro e sai galopando como um centauro insandecido através de paredes. Consiste apenas em apertar botões rapidamente para maximizar o dano (ou minimizar para a defesa).

Veja os três modos no vídeo:

Entre outras funções como o Combo Breaker e o Rage (porradas mais potentes durante alguns segundos), os Super Moves são a estrela do jogo, principalmente para os heróis da DC.

É bem empolgante ver o Batman sumir numa explosão de fumaça e cair dos os dois pés em cima do adversário. Ou mesmo congelar alguém com o sopro do Superman, jogá-lo para o ar, voar e dar aquele murro no peito em direção ao chão.

Apesar de diversas, as combinações para os golpes especiais seguem um padrão parecido para todos os personagens. “Para baixo, para frente e botão”, ou “para trás, para frente e botão”. Bem fácil de decorar. Já os Fatalities continuam com combinações mais complicadinhas, e que você TEM que procurar na internet (aqui).

É bem frustrante quando aparentemente você faz tudo certo e mesmo assim não consegue o Fatality. O jogador casual rapidamente se cansa e nem tenta mais. Campanha One-Button-Fatality já! :)

Apesar do ambiente e personagens em 3D, o jogador saudosista que detesta o famigerado “passinho para o lado” pode abandonar o controle analógico e apenas usar os direcionais do D-Pad. Nele, “seta para cima” é pulo e “seta para baixo” é agachamento. A partida fica totalmente linear.

Tanto o visual quanto as animações fazem jus aos consoles de nova geração. O chão racha, paredes estouram, crateras se abrem e detritos voam. Mas o melhor mesmo é ver o uniforme e máscara do Batman completamente rasgados ao terminar uma luta. Cortes, hematomas e espirros de sangue dão um toque de violência menos sutil que os Fatalities.

Os diferentes estilos de luta também trazem bastante diversidade para o MK vs DC. Enquanto a maioria dos ataques da Mulher Maravilha são acrobáticos e de curto alcance, os do Capitão Marvel são mais “energéticos” e de médio/longo alcance.

O Flash, por exemplo, não dá chutes, só socos super-rápidos. O jogo não necessariamente foi projetado com o conceito “pedra, papel e tesoura”, mas com o tempo você pode notar que um personagem é melhor para enfrentar outro, e etc.

Veja os megaboga combates entre Batman vs Subzero e Superman vs Raiden.

Mortal Kombat vs DC Universe pode não ser uma obra-prima dos jogos de luta, mas de jeito nenhum é o fracasso que muitos temeram.

É sem dúvida um casamento muito interessante de temas e bastante divertido. Tanto para quem conhece quanto para quem nunca jogou Mortal Kombat na vida.

No fim, restam duas dúvidas: Quem serão os personagens da seqüência e o que a Marvel vai fazer a respeito disso.

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